Brasil conquista a primeira Copa América

 

Estava tudo preparado para o Brasil sediar o seu primeiro Campeonato Sul-Americano, o terceiro da história, em 1918. Contudo, uma epidemia mundial de gripe espanhola adiou em um ano a realização do torneio. A doença vitimou mais de 50 milhões de pessoas pelo mundo, só no Brasil matou mais de 35 mil. O ano de 1919 chegou e a vontade de fazer bonito só aumentou. 

O Estádio das Laranjeiras, atualmente do Fluminense, foi construído para o torneio, que na época ainda não se chamava Copa América. 

Hoje em dia, o campo não é mais usado em partidas oficiais, mas, naquele tempo, era o maior estádio das Américas, com capacidade para 25 mil torcedores. Nesta edição, apenas quatro seleções participaram: Brasil, Argentina, Uruguai e Chile. 

Um dos nomes que entraram para a história do futebol sul-americano é o do zagueiro chileno Ramón Unzaga. Em suas partidas, ele fazia um movimento no ar com as costas paralelas ao chão, que ficou muito famosa entre torcedores e jornalistas. 

Na América do Sul, essa jogada ficou conhecida como “chilena”. No Brasil, foi popularizada como bicicleta por Leônidas da Silva, o Diamante Negro. Mas, na partida entre Brasil e Chile, Unzaga não conseguiu fazer a diferença, e a seleção da casa aplicou uma goleada de 6 a 0 em cima dos chilenos. 

 Porém, o melhor desse campeonato ficou para o final. A partida decisiva foi entre Brasil e Uruguai. Se, por um lado, a celeste poderia conseguir o tricampeonato, os brasileiros não queriam dar vexame em casa. Isso fez com que a partida fosse muito truncada e disputada. Tanto que esgotaram o tempo normal e o tempo da prorrogação e ninguém fez gol. 

Não havia nada que previsse o que se sucederia caso ocorresse um empate neste caso específico. Decidiram, então, jogar mais uma prorrogação. Os jogadores estavam esgotados tanto fisicamente, como emocionalmente. Arrastavam-se pelo campo na segunda prorrogação. Contudo, aproveitando a última faísca de força e o cansaço dos uruguaios, a Seleção Brasileira foi para cima. Um baixinho, de pele escura, olhos caros, filho de funcionário público e com mãe negra aproveitou a situação para anotar o gol do título brasileiro. 

O nome dele: Arthur Friedenreich, o primeiro herói do futebol nacional. Apelidado de “El Tigre” pelos uruguaios após o título e chamado carinhosamente de “Fried” pela torcida brasileira, Friedenreich sofreu por conta da cor de sua pele e da origem da família de sua mãe. 

Havia vezes em que ele era até cortado da própria seleção por isso, mas conseguiu marcar seu nome na história ao trazer o primeiro título continental do Brasil.


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